Designers:

Joaquim Tenreiro (1906, Portugal – 1992, Brasil) foi um marceneiro, designer de móveis, pintor e escultor, considerado um dos pioneiros do design moderno brasileiro. Filho de marceneiros, mudou-se ainda jovem para o Brasil, onde combinou técnicas artesanais com o modernismo europeu, criando móveis leves, funcionais e elegantes com madeiras brasileiras.

Trabalhou na Laubisch & Hirth e, mais tarde, fundou sua própria empresa. Destacou-se com obras como a "Poltrona Leve" e recebeu encomendas de grandes arquitetos como Oscar Niemeyer. A partir dos anos 1970, passou a se dedicar exclusivamente à escultura, sendo premiado como melhor escultor pela Associação Paulista de Críticos de Arte em 1978. Seu legado é fundamental para o design e a arte moderna no Brasil.

Carlo Hauner (Brescia, Itália, 1927 – Ilha de Salina, Itália, 1996) foi um designer e pintor italiano que desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento do design moderno brasileiro. Após estudar desenho técnico e artístico na Accademia di Belle Arti di Brera, em Milão, mudou-se para São Paulo em 1948. Em 1950, juntamente com seu irmão Ernesto, adquiriu a fábrica Pau-Brasil, fundada por Lina Bo Bardi e Pietro Maria Bardi, e a renomeou como Móveis Artesanal, focada na produção de móveis modernos. 

Hauner foi o principal designer da empresa até 1953, quando se associou ao arquiteto austríaco Martin Eisler. Juntos, criaram peças icônicas do mobiliário moderno brasileiro e, em 1955, transformaram a Móveis Artesanal na Forma, empresa que também produzia móveis licenciados da Knoll International. 

Após deixar a Forma em 1956, Hauner retornou à Itália, onde fundou a Forma di Brescia, continuando a desenhar móveis e dedicando-se à pintura e à vinicultura. 

Sérgio Rodrigues (1927–2014) foi um arquiteto e designer brasileiro fundamental para o desenvolvimento do design industrial no país. Ao lado de Joaquim Tenreiro e José Zanine Caldas, foi um dos pioneiros na transformação do design brasileiro, integrando a tradição artesanal com técnicas de produção em série.

Formado em arquitetura pela Universidade do Brasil, Rodrigues destacou-se por valorizar a madeira brasileira e criar móveis confortáveis, robustos e com formas modernas. Suas criações, como a famosa poltrona Mole (1957), se tornaram ícones do design modernista nacional e ganharam reconhecimento internacional.

Além do mobiliário, Sérgio Rodrigues atuou também em projetos arquitetônicos e exposições, contribuindo para a valorização do design brasileiro no exterior. Seu legado influencia até hoje o design contemporâneo no Brasil e no mundo.

Jean Gillon (1919–2012) foi um artista multifacetado nascido em Iași, Romênia, formado em Belas Artes e Arquitetura. Emigrou para o Brasil, onde se destacou como caricaturista, cenógrafo, escultor, pintor, arquiteto, decorador e designer de móveis modernos.

Gillon foi reconhecido por sua versatilidade artística e pela capacidade de transitar entre diferentes formas de expressão, criando obras que combinam funcionalidade e estética. Além de seus móveis inovadores, foi premiado por suas tapeçarias, que refletem uma linguagem visual rica e contemporânea.

Sua influência é notável no design brasileiro do século XX, onde contribuiu para o desenvolvimento do mobiliário moderno, integrando técnicas artísticas e arquitetônicas em seus projetos. Sua obra permanece referência para designers e artistas até hoje.

Achillina Bo, mais conhecida como Lina Bo Bardi (Roma, 5 de dezembro de 1914 – São Paulo, 20 de março de 1992), foi uma arquiteta modernista ítalo-brasileira de grande influência. Naturalizada brasileira após a Segunda Guerra Mundial, tornou-se uma das figuras mais emblemáticas da arquitetura e do design no Brasil.

Lina Bo Bardi destacou-se não apenas por seus projetos arquitetônicos inovadores, como o complexo cultural Sesc Pompeia, em São Paulo, inaugurado em 1982, e o Museu de Arte de São Paulo (MASP), fundado em 1947, mas também por sua contribuição fundamental para o mobiliário modernista brasileiro. Seu trabalho no design de móveis buscava unir funcionalidade, simplicidade e um profundo respeito pela cultura popular brasileira, valorizando materiais locais e técnicas artesanais.

Seus móveis são reconhecidos por linhas simples, uso de madeira e estruturas que combinam leveza e resistência, refletindo a estética modernista aliada a uma sensibilidade social. Lina Bo Bardi ajudou a consolidar uma identidade única no design brasileiro, influenciando gerações de arquitetos e designers a valorizar a integração entre arquitetura, mobiliário e cultura.

Sua obra é marcada por um olhar humanista, que buscava criar espaços e objetos acessíveis e próximos do cotidiano das pessoas, fortalecendo o diálogo entre arte, arquitetura e vida social.

Geraldo de Barros foi um importante artista brasileiro, reconhecido principalmente como pintor e fotógrafo. Sua produção artística, no entanto, vai muito além dessas duas áreas, abrangendo também a gravura, as artes gráficas e o desenho industrial. Barros foi um pioneiro na arte concreta e experimental no Brasil, explorando a relação entre forma, cor e composição, além de inovar no uso de técnicas fotográficas e na criação de imagens que desafiam as convenções tradicionais. Sua obra influenciou diversas gerações e contribuiu significativamente para o desenvolvimento das artes visuais brasileiras no século XX.

Jorge Zalszupin (Varsóvia, 1922 – São Paulo, 2020) foi um arquiteto e designer polonês naturalizado brasileiro, reconhecido como um dos grandes nomes do design moderno no Brasil. Após escapar da perseguição nazista, formou-se em arquitetura na Romênia e imigrou para o Brasil em 1949. Em 1959, fundou a L’Atelier, pioneira na produção de móveis em série no país. Suas criações, como a cadeira Dinamarquesa, a mesa Pétala e o carrinho de chá JZ, destacam-se pelas formas curvas, uso de madeiras nobres e estética atemporal. Zalszupin também assinou projetos arquitetônicos icônicos, como o Shopping Ibirapuera e o Edifício Torre Paulista. Sua residência, a Casa Zalszupin, hoje funciona como espaço cultural dedicado ao seu legado.

Oscar Niemeyer (1907–2012) foi um arquiteto brasileiro e um dos principais nomes da arquitetura moderna mundial. Conhecido por suas formas curvas e inovadoras, projetou edifícios icônicos como os de Brasília, a sede da ONU (em parceria) e o Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Além da arquitetura, Niemeyer também colaborou no design de móveis, criando peças que complementavam seus projetos arquitetônicos com linhas orgânicas e modernas, contribuindo para o desenvolvimento do mobiliário modernista brasileiro. Seu trabalho uniu modernismo, escultura e expressão poética, deixando um legado duradouro na arquitetura e no design do país.

Percival Lafer nasceu em 1936 e formou-se em Arquitetura pela Universidade Mackenzie, em São Paulo. Ainda jovem, assumiu com os irmãos a empresa de móveis do pai, a Lafer. Como desenhista industrial, destacou-se no design moveleiro brasileiro, criando peças que se caracterizam pela ousadia e originalidade. Para Lafer, cada projeto deveria refletir o estado da arte aliado a ideias inovadoras.

Sua preocupação com a inovação o levou a registrar muitas patentes de seus móveis, o que inspirou a criação da sigla MP (Móveis Patenteados), que passou a fazer parte do logotipo da empresa, conhecida hoje como MP Lafer. Essa marca tornou-se referência em design e qualidade no mercado brasileiro e internacional.

Giuseppe Scapinelli (1891–1982) foi um marceneiro, designer e varejista italiano radicado em São Paulo, onde atuou principalmente nas décadas de 1950 e 1960. Seu estilo é marcado por linhas curvas e formas suaves, destacando-se dos designs mais convencionais da época e refletindo influências do design italiano dos anos 1940.

Scapinelli trabalhou com madeiras tradicionais brasileiras, criando peças artesanais de alta qualidade, muitas delas exclusivas para residências selecionadas em São Paulo. Seu trabalho é reconhecido pela elegância e pelo acabamento primoroso, mantendo até hoje um lugar especial no design brasileiro.

José Zanine Caldas (1919–2001) foi um artista multifacetado, atuando como paisagista, maquetista, escultor, designer de móveis e arquiteto autodidata. Nascido no estado do Espírito Santo, destacou-se pelo domínio excepcional da madeira, sendo reconhecido nacional e internacionalmente como o Mestre da Madeira.

Zanine Caldas valorizava as matérias-primas brasileiras e técnicas artesanais tradicionais, criando peças que combinam funcionalidade, estética e respeito à natureza. Sua obra é marcada pela integração harmoniosa entre design e meio ambiente, refletida tanto em móveis quanto em projetos arquitetônicos e paisagísticos.

Além de sua produção artística, atuou como professor e incentivador do design e da cultura brasileira, participando de exposições e eventos no Brasil e no exterior, onde contribuiu para a difusão do mobiliário moderno brasileiro.